Padre Ailton Costa sofre infarto em Roraima. Estado é grave, diz Diocese

A Diocese de Roraima confirmou em nota que o Padre Ailton Costa, da Diocese de Afogados da Ingazeira, sofreu um infarto nesta segunda (4).

Segundo a nota, ele, que é Pároco da Área Missionária São Raimundo Nonato, na cidade de Boa Vista, participou da confraternização dos missionários e missionárias da Diocese, apresentando um mal-estar.

“Após o almoço, foi levado para a sua residência pelos padres diocesanos. No decorrer da tarde passou mal e foi socorrido, levado para o Hospital Cosme Silva, no bairro Pintolândia. Foi prontamente atendido e diagnosticou-se um infarto”.

Segundo a nota, pelas 18 horas sofreu uma parada cardíaca, foi reanimado e entubado. “O Padre Josimar Lobo o acompanhou e lhe ministrou o sacramento da unção dos enfermos. Pelas 21h00 quando seu  quadro estava estabilizado foi transferido para a UTI do Hospital Geral de Roraima (HGR).”

Segundo a nota, durante a noite ele teve uma segunda parada cardíaca e a sua pressão arterial está sendo controlada com medicação. Seu estado é tido como grave.

“Continuamos em oração e pedimos a todos que rezem pela recuperação do padre Ailton. Rezemos também por seus familiares e pela generosidade da Diocese de Afogados da Ingazeira  que nos deu este irmão como missionário na Diocese de Roraima”, conclui a nota, assinada por Dom Evaristo Pascoal Spengler, Bispo da Diocese de Roraima e pelo Vigário Geral, Padre Lúcio Nicoletto. O Bispo Dom Limacêdo Antonio está acompanhando a evolução de seu quadro de saúde em contato com a Diocese de Roraima.

Padre Ailton participou da posse de Dom Limacêdo Antonio da Silva, concelebrou na Catedral do Senhor Bom Jesus dos Remédios no domingo pela manhã  e depois seguiu com Dom Evaristo de volta para Roraima. Natural de Carnaíba, ele tem 60 anos e já atuou em outras paróquias da Diocese, como Imaculada Conceição de Flores, São José do Belmonte e Sagrado Coração de Jesus em Tuparetama.

Alepe instala a Frente Parlamentar da Micro e Pequena Empresa

O segmento de micro e pequenas empresas passou a contar com espaço específico para debates na Alepe. Nesta segunda (4), a Casa promoveu a reunião de instalação de uma Frente Parlamentar direcionada ao setor. O encontro foi conduzido, em princípio, pelo presidente do Poder Legislativo, deputado Álvaro Porto (PSDB), e, em seguida, pelo coordenador-geral do grupo parlamentar, o deputado José Patriota (PSB).

Na ocasião, Porto enfatizou a relevância de a Alepe se inserir na busca por melhorias para o segmento. “A gente está vendo a quantidade de emprego que está surgindo por meio da pequena e microempresa. É muito importante essa Frente Parlamentar para cada vez mais a gente incentivar esse setor e fazer Pernambuco crescer”, ressaltou. O presidente destacou que, segundo dados do Sebrae, esses empreendimentos responderam por 71% dos empregos formais gerados no Brasil, entre janeiro e setembro de 2023.

De acordo com o deputado José Patriota, os principais focos do colegiado serão acompanhar as legislações que regem os diversos ramos do segmento, bem como as oportunidades de negócio para que os empreendedores possam “girar suas mercadorias e seus serviços”. “Nós somos a representação do povo pernambucano, por isso, não podemos ser omissos. Temos muitos gargalos a destravar, como, por exemplo, a própria burocracia. É preciso haver políticas públicas específicas”, argumentou o deputado.

A presidente da Comissão de Finanças, deputada Débora Almeida (PSDB), e o presidente da Comissão de Desenvolvimento Econômico, deputado Mário Ricardo (Republicanos), parabenizaram Patriota pela iniciativa de criar o colegiado. “Muitas pequenas empresas têm sido impactadas pela instalação de empresas de grande porte, e nós precisamos dar suporte às primeiras”, propôs Almeida. “Há pouco, esta Casa aprovou a Frente Parlamentar em Defesa da Indústria. Temos feito movimentos no sentido de fortalecer ainda mais os empreendedores”, acrescentou Ricardo.

Originário de Santa Cruz do Capibaribe (Agreste Setentrional), município com forte tradição no setor de confecções, o deputado Edson Vieira (União) também frisou o benefício para as micro e pequenas empresas de contar com o apoio do colegiado. “Na minha região, 90% dos empreendimentos são desse porte. O que a gente e os demais segmentos precisamos é que esta Frente busque conhecer as necessidades de cada um”, sugeriu.

Rede de apoio

Representantes de diversas instituições que dão suporte aos empreendedores do Estado prestigiaram a reunião de instalação do grupo parlamentar. Dentre as organizações, destaque para a Federação das Associações de Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Femicro); da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo de Pernambuco (Fecomércio-PE); do Sebrae; da Associação Municipalista de Pernambuco (Amupe), e da Secretaria de Desenvolvimento Econômico do Recife.

O presidente da Femicro, José Tarcísio, observou que “Pernambuco precisa de políticas públicas que ajudem os pequenos negócios, pois muitos têm enfrentado dificuldades”. Bernardo Peixoto, presidente da Fecomércio, comentou também a importância de ajudar as microempresas “a superar as barreiras para se ter acesso a crédito”. Presidente do conselho do Sebrae, Fausto Pontual disse esperar que a Frente Parlamentar “seja um elo forte entre as necessidades do setor e as ações do Governo do Estado”.

A secretária de Desenvolvimento Econômico do Recife, Joana Florêncio, elencou ações de fomento aos pequenos empreendedores da capital. “Por meio do programa Salto Tecnológico, uma parceria com o Sebrae, capacitamos mais de 343 empresas em marketing digital. Outro curso, o Marketing do Futuro, ensinará o bê-a-bá sobre o tema”, citou. Em nome da diretoria da Amupe, a prefeita de Camaragibe, Doutora Nadegi, elogiou as iniciativas e pediu que a Frente Parlamentar promova encontros para que sejam compartilhadas experiências exitosas.

Uso excessivo de dispositivo digital afeta desempenho de alunos

O relatório do Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa) de 2022, divulgado nesta terça-feira (5) pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), mostra que alunos usuários de smartphones e outros dispositivos digitais de cinco a sete horas por dia tiveram pontuação menor nos testes.  

“Na média nos países da OCDE, os estudantes que passam até uma hora por dia na escola em dispositivos digitais para lazer obtiveram 49 pontos a mais em matemática do que os alunos cujos olhos ficavam grudados nas telas entre cinco e sete horas por dia, depois de levar em conta o perfil socioeconômico dos alunos e das escolas”, informa o relatório.

Aplicado a cada três anos, o Pisa avalia os conhecimentos dos estudantes de 15 anos de idade nas três disciplinas. No total, 690 mil estudantes de 81 países fizeram os testes em 2022. A edição teve como foco o desempenho em matemática.

Distração

Cerca de 65% dos estudantes afirmaram que ficaram distraídos nas aulas de matemática por estar usando celular e outros dispositivos, como tablets e laptops.

No Brasil, esse percentual chegou a 80%, assim como na Argentina, no Canadá, Chile, na Finlândia, Letônia, Mongólia, Nova Zelândia e no Uruguai.

Outros 59% relataram que a distração foi causada por colegas estarem usando os dispositivos. “Alunos que relataram se distrair com outros alunos usando dispositivos digitais, na maioria, ou em todas as aulas de matemática obtiveram 15 pontos a menos nos testes de matemática do Pisa do que aqueles que mal experimentaram essa experiência. Isso representa o equivalente a três quartos do valor de um ano de educação, depois de contabilizados os alunos e o perfil socioeconômico das escolas”, aponta o relatório.

Em países como o Japão e a Coreia, o nível de distração relatado pelos alunos foi de 18% e 32%, respectivamente. As nações estão entre as melhores colocadas no Pisa, com pontuações acima da média da OCDE.

Desafio

O relatório reconhece que o uso de celular em escola tem sido um tema controverso e desafiador para os gestores de educação nos país.

A recomendação não é abandonar esses dispositivos no processo de aprendizagem. Mas que as escolas promovam a interação entre a tecnologia e o aprendizado, porém minimizem o tempo de uso para evitar desvio de atenção, bullying nas redes sociais e exposição da privacidade dos estudantes.

Nos países da OCDE, 29% dos alunos responderam que utilizam smartphone várias vezes ao dia e 21% usam quase diariamente ou diariamente na escola.

Conforme o relatório, em 13 países, mais de dois terços dos alunos vão a escolas onde a entrada e o uso de celular não são permitidos. Nessas nações, identificou-se que o percentual de distração em sala de aula é menor, entretanto os jovens não apresentaram uso mais responsável dos aparelhos.

“Parece que as escolas podem proibir os telefones, mas nem sempre é aplicado de forma eficaz. Curiosamente, os alunos em escolas com proibição de telefone em alguns países eram menos propensos a desligar as suas notificações de redes sociais e aplicativos ao dormir. Uma explicação é que a proibição de celulares nas escolas pode fazer com que os alunos sejam menos capazes de adotar um comportamento responsável em relação ao uso do telefone”, diz o relatório.

Técnico explica detalhes do afundamento que ameaça Maceió

A cidade de Maceió, capital de Alagoas, está sob alerta máximo por causa do risco iminente de colapso de uma mina da petroquímica Braskem, localizada no bairro do Mutange.

O risco iminente de um desastre ambiental de grandes proporções em Maceió, com a possibilidade de afundamento do solo em razão da exploração de sal-gema feita no subsolo pela companhia Braskem, já gerou uma dramática situação humanitária com cerca de 60 mil pessoas sendo obrigadas a abandonar os seus imóveis, muitas delas de forma urgente e sob ordem judicial. A situação é dramática para quem está sentindo na pele. Pessoas chorando, sendo retiradas quase à força da área próxima da Mina 18. Trata-se do maior êxodo urbano em tempos de paz.

Na busca por explicações para o problema e por informações que mantenham a população informada da real dimensão do perigo, o Jornal O PODER conversou na manhã de hoje, segunda-feira (4), com Émerson Soares, um especialista na área que está diretamente envolvido no minucioso trabalho de análise do solo e dos perigos da Mina 18.

O trabalho

Desde sábado a equipe chefiada pelo engenheiro de pesca e biométrico, Émerson Soares, trabalha exaustivamente e não se afasta da área. Usando conhecimentos científicos e modernos equipamentos, eles buscam explicações para o afundamento e avaliam as perspectivas do processo em curso. E não têm medido esforços.

Sob controle

Após passar todo o final de semana coletando dados no local, o especialista afirma que o risco de uma tragédia ambiental existe, mas o momento requer cuidado e prudência, visto que a situação encontra-se sob controle.

“A Mina 18 se situa numa área mista, que adentra na lagoa e também na parte do solo firme. Meio a meio. Uma parte na lagoa e outra na parte terrestre. A gente monitora aquela região há algum tempo. Nós temos dados. Fizemos mais de 120 parâmetros de qualidade do ambiente, da água e do fundo da lagoa e dos organismos. A Mina tem 32 metros de circunferências e já havia um perímetro de segurança na região, justamente pelo preenchimento com areia das outras 35 minas existentes no local”, explicou.

O enchimento

Só que na Mina 18, o trabalho ainda não havia sido feito. Conforme explicou o engenheiro, quando a equipe iria começar o trabalho de enchimento, ela começou a apresentar problemas de oscilação conforme detectaram equipamentos da Universidade Federal de Alagoas.

Relevo

Segundo ele, a medição mostrou a oscilação do relevo do terreno e o risco iminente de colapso.

“Foram detectados tremores. Eles não conseguiram preencher a mina a tempo. A mina estava realmente com risco de colapso. Como se trata de um ambiente de 900 metros de profundidade em um raio de aproximadamente 32 metros de diâmetro, se houvesse um colapso repentino, é óbvio que iria acontecer uma grande entrada de água na região.

O deslocamento

Para Émerson Soares, o deslocamento de várias pessoas das localidades ao redor da Mina 18 foi feito de forma preventiva e por motivos de segurança. “É questão preventiva. Porque, inclusive, a área ali já não tem tantas pessoas desde 2018. Agora, foi aumentada a área de saída preventiva das pessoas por questão de segurança maior, visto que o perigo existe. Houve tremores que ultrapassaram 2º da escala Richter. São tremores fracos, mas serviram de alerta para a região. Já não tem mais pessoas morando naquela região. Lá tem um perímetro de segurança que ninguém passa. Só os trabalhadores que estão atuando na área” afirmou.

Estabilização

No momento, segundo Emerson, o que está acontecendo é uma estabilização do processo. Isso significa, conforme ponderou o engenheiro, que o solo está se moldando gradativamente, apesar de ter existindo um pequeno afundamento. “Nessa parte entra a nossa equipe para verificar se, com esses tremores, houve contato da água da laguna com a mina. Se isso acontecesse, significaria que houve a ruptura e a água estaria entrando na cavidade. E teria o contato com a salmoura, que é um cloreto de sódio com outros compostos. Ainda estamos analisando se isso iria impactar a biodiversidade e impactar também a laguna” explicou.

Fossa a céu aberto

Para ele a lagoa já se tornou uma “fossa a céu aberto”, com problemas de agrotóxicos e esgotos. Na visão do especialista, os maiores poluidores da região, são a Prefeitura de Maceió, que tem três fontes de esgotos, e dejetos que brotam das usinas de cana de açúcar. Também o esgotamento de outras cidades que agridem o meio ambiente.

Ruptura

No caso da Braskem, especialmente da Mina 18, o que pode acontecer, segundo Émerson Soares, se houver uma ruptura abrupta, a água iria preencher a cavidade no fundo, e depois os índices de cloreto de sódio iriam aumentar, contribuindo para uma maior contaminação.

Análises

Ele observou que o trabalho de análise, realizado desde sábado, ainda não foi concluído. No entanto, os dados apontam para a normalização da situação. “Até agora, pelas análises que realizamos, não houve um aumento significativo dos níveis de alguns compostos que poderiam ser decorrentes do encontro da água com a lacuna que existe dentro da mina. A gente viu que os dados estão dentro da normalidade quanto aos principais compostos na lagoa.

A área

A área dos cinco bairros diretamente atingidos abrange 8,27 km2, ou 827 hectares. A área de desocupação até o momento nestes bairros é menor, em torno de 520 hectares. Desde 2018, os bairros Pinheiro, Mutange, Bebedouro, Bom Parto e Farol sofrem com a desocupação de mais de 60.000 famílias.

O ministro

Enviado a Maceió (AL) para acompanhar o caso do colapso iminente de uma mina da petroquímica Braskem, o ministro dos Transportes, Renan Filho, afirmou que a empresa deve ser responsabilizada judicialmente pelo que chamou de “crime ambiental” na capital alagoana. “A responsabilidade da Braskem é total. No Brasil, a legislação ambiental impõe o crime a quem o pratica. Quem praticou esse desastre ambiental foi a Braskem. Ela própria diz, em reiteradas manifestações, que já investiu R$ 15 bilhões em indenizações e tentativas de estabilização. Antes da investigação, eles negaram, tentaram colocar a responsabilidade em outras empresas e disseram que não era com eles. Mas não teve como; tecnicamente, ficou claro”, disse ele.

O governo

O governo de Alagoas emitiu um fato relevante onde alerta o mercado e as instituições nacionais sobre o agravamento dos desastres ambientais causados pela Braskem em bairros do município de Maceió. Segundo o governo, há “previsão de crateras em bairros centrais a qualquer momento”. O documento alertou para o “risco iminente de colapso” em uma das minas usadas para a extração de sal-gema na região. A pressão do governo pega a Braskem em meio a tratativas sobre a venda de parte da empresa para o fundo árabe ADNOC.

A extração

A extração de sal-gema na região se iniciou na década de 1970, mas a Braskem teve de desativar sua operação no local em meados de 2018, quando cinco bairros de Maceió começaram a afundar devido ao colapso do solo pela operação da companhia.

A ação

A ação da empresa deixou ao menos 50 mil desabrigados e resultou na desocupação de 17 mil imóveis. Em junho, a Braskem disse ter firmado um acordo de indenização com a prefeitura de Maceió no valor de R$ 1,7 bilhão.

Tratativas

As tratativas, no entanto, não envolveram o governo de Alagoas, que pede sua suspensão no Tribunal de Contas da União. Depois disso, o Tribunal de Justiça determinou que a petroquímica indenize o Estado por prejuízos causados pela erosão do solo. Um estudo recente constatou um passivo em torno de R$ 30 bilhões por parte da petroquímica.

A tragédia também já repercute forte na política e chegou a Brasília rapidamente nas últimas horas. “O cenário é grave, estamos falando de abalos sísmicos, bairros afundando, consequências de um possível crime socioambiental”, frisou o ministro Renan Filho, ex-governador de Alagoas.

*Editor regional do Jornal O PODER

Brasil e Alemanha assinam acordos em áreas como energia e inovação

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o primeiro-ministro alemão, Olaf Scholz, assinaram, nesta segunda-feira (4), uma declaração conjunta de intenções durante a 2ª Reunião de Consultas Intergovernamentais de Alto Nível, em Berlim, na Alemanha 

O documento engloba instrumentos de cooperação em áreas como meio ambiente e mudança do clima, agricultura, bioeconomia, energia, saúde, ciência, tecnologia e inovação, desenvolvimento global, integridade da informação e combate à desinformação. Os acordos que já vêm sendo discutidos há meses.

Em declaração à imprensa após o encontro, Lula destacou a amplitude dos atos. “Adotamos a parceria para uma transformação ecológica e socialmente justa. Vamos reforçar a robusta cooperação na área ambiental que inclui o Fundo Amazônia e muitos outros projetos. Queremos atuar juntos na promoção da industrialização verde, agricultura de baixo carbono e da bioeconomia”, detalhou Lula.

O chanceler Olaf Scholz endossou a disposição dos dois países em lutar em prol da sustentabilidade e da descarbonização das indústrias. Segundo Scholz, o país europeu vai lançar projetos para contribuir com a meta brasileira de alcançar o desmatamento zero até 2030. “Queremos criar indústrias neutras e promover pesquisa em matéria climática. Essa transição só será bem sucedida se for socialmente justa”, disse, explicando a intenção de gerar empregos no Brasil através da transformação de matérias-primas.

“Os nossos ministros assinaram mais de uma dúzia de declarações de intenção para dotar essa parceria de conteúdo. Isso passa por uma cooperação aprofundada nos setores de energias renováveis e hidrogênio. Nós associamos o potencial do Brasil ao interesse da Alemanha ao hidrogênio verde”, acrescentou Olaf Scholz.

Pernambuco lança Estratégia Estadual de Hidrogênio Verde

Documento lançado pela governadora Raquel Lyra direto de Dubai contém eixos e diretrizes de ação para implementação do H2V no estado e busca acelerar transição energética para alcançar neutralidade em carbono

O hidrogênio verde é uma das fontes de energia de baixo carbono que, no mundo todo, vem ganhando protagonismo por ser um excelente substituto aos combustíveis fósseis. E como Pernambuco tem estado na vanguarda de projetos de transição energética para alcançar a neutralidade em carbono, a governadora Raquel Lyra lança, durante a COP 28, em Dubai, a Estratégia Estadual de Hidrogênio Verde. Nesse pacote de ações, ele anuncia um investimento de R$ 20 milhões do Estado na planta experimental de produção de H2V instalada no Porto de Suape.

Esse investimento integra o portfólio de ações  da gestão estadual, que buscam maior fortalecimento ao meio ambiente, assim como o Projeto de Lei já em tramitação na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), que visa fundamentar as diretrizes da Política Estadual sobre o Hidrogênio Verde.

“As mudanças climáticas são visíveis em todo mundo, e nesse sentido, as políticas públicas são fundamentais para a diminuição dos seus efeitos. O Hidrogênio Verde, considerado o combustível do futuro, se tornou o foco dos debates. Pernambuco não pode ficar para trás, diante do potencial do nosso Estado, que conta com um importante ativo que é o Porto de Suape. Por isso, esse investimento é estruturador para a sustentabilidade. Além disso, a proposta de mudanças encaminhada para a Alepe também é para que Pernambuco siga olhando para o futuro através da produção de energia limpa”, enfatizou a governadora Raquel Lyra.

De acordo com a secretária de Meio Ambiente, Sustentabilidade e Fernando de Noronha, Ana Luiza Ferreira, “Pernambuco será o centro de inovação, produção e aplicação do hidrogênio verde para promover a descarbonização, o fortalecimento da economia e a redução das desigualdades sociais”, explica a gestora, que esteve à frente na elaboração do documento da Estratégia Estadual, junto com Guilherme Cavalcanti, secretário de Desenvolvimento Econômico do estado.

O documento com a Estratégia lista os eixos e diretrizes de ação para implementação do H2V no estado, com base nos objetivos da Política Estadual de Hidrogênio Verde e nas potencialidades de Pernambuco.

Os valores que guiam a Estratégia de H2V do estado são o desenvolvimento sustentável e a justiça social, climática e econômica. Também traz, como eixos de ação, uma nova industrialização e competitividade; promoção de justiça social, ambiental e econômica; qualificação profissional e empreendedorismo; compromisso com a ciência, tecnologia e inovação, e planejamento; e expansão da infraestrutura.

Para isso, o documento apresenta um roadmap com ações de curto, médio e longo prazos, como fomento em Ciência e Tecnologia, consolidação da infraestrutura do hub de H2V de Suape e a diversificação do perfil da indústria do estado.

O Projeto de Lei proposto pela governadora altera a Lei nº 17.976, de 12 de dezembro de 2022, que criou a Política Estadual sobre o Hidrogênio Verde, mas demanda uma série de atualizações para se tornar mais efetiva. O projeto determina a criação de um Plano Estadual para a Economia do Hidrogênio Verde, que vai consolidar as ações e metas necessárias para a implementação da política estadual. Entre as iniciativas a serem promovidas pelo plano, estão a celebração de convênios com instituições públicas e privadas para financiar projetos de desenvolvimento tecnológico e a qualificação profissional e empreendedora na área.

PLANTA H2V

Os R$ 20 milhões anunciados por Raquel Lyra durante a COP 28 já têm destino certo para materializar a planta de H2V em Suape. Confira o detalhamento macro dos investimentos:

Eletrolisador 1 MW – R$ 15 milhões

Transporte até Suape – R$ 250 mil

Instalações e Infraestrutura – R$ 1 milhão

Conexões e Entregas ao Off Taker (estimado) – R$ 1,25 milhão

Estudos Técnicos, Projetos, instalações e O&M Eletrolisador – R$2,5 milhões

Levantamento do TCE mostra situação do atendimento a pacientes com TEA em Pernambuco

Os resultados de um levantamento do Tribunal de Contas de Pernambuco sobre a situação do atendimento a pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA) no Estado mostraram que os municípios pernambucanos ainda estão na fase inicial para o estabelecimento de uma política pública voltada ao tema. Um dos motivos é a falta de dados sobre a quantidade de pacientes com o transtorno em cada localidade, e de ações eficazes para o diagnóstico e tratamento.

Outro problema observado é a ausência, ou insuficiência, de médico especialista e de uma equipe multidisciplinar mínima para realizar as terapias necessárias ao desenvolvimento da pessoa autista.

Os dados da pesquisa apontaram que 37% das 184 cidades pernambucanas (68 municípios) não possuem ao menos um profissional de saúde apto ao diagnóstico do transtorno, em sua rede de atendimento pública. O mesmo vale para terapeutas ocupacionais, onde somente 39 municípios contam com ao menos um em seu quadro de profissionais de saúde.

Em relação à capacitação, dos 846 profissionais que atendem usuários com TEA em Pernambuco, apenas 10% (82) possuem formação para essa finalidade.

Ainda, segundo o levantamento, 159 municípios (86%) informaram não ter realizado qualquer capacitação relacionada ao TEA aos seus profissionais, nos últimos três anos. A fila de espera para consulta com esses especialistas, hoje, é de cerca de 10 mil pessoas com indícios do transtorno, em 102 municípios do Estado.

Além disso, apenas 36,8% das localidades avaliadas realizam o atendimento em unidades de saúde especializadas e 30% (55) em unidades básicas de saúde (UBS), enquanto somente seis fazem atendimento em unidades exclusivas para pessoas autistas.

Os dados enviados pelas prefeituras foram comparados a indicadores elaborados pela equipe de auditoria do TCE. As cidades foram enquadradas em seis níveis de infraestrutura: “Alto”, “Muito Alto”, “Moderado” (2), “Baixo” (27), “Muito Baixo” (95) e “Crítico” (58). Nenhuma delas chegou aos níveis “Alto” ou “Muito Alto”.

“Essa é uma realidade que precisa ser mudada, porque trata da saúde e do futuro de pessoas até então esquecidas pelo Poder Público, incluindo os seus familiares”, destacou o auditor de Saúde do TCE, João Francisco Assis, um dos responsáveis pelo estudo. O autismo é uma das políticas públicas ligadas à Primeira Infância que vem sendo acompanhada pela instituição desde o ano de 2020, e uma das prioridades da atual gestão do presidente Ranilson Ramos.

Atualmente, o Tribunal aguarda posicionamento do governo do Estado para a assinatura de um novo Termo de Ajuste de Gestão (TAG), como o que foi assinado pela gestão anterior, sob relatoria do conselheiro Dirceu Rodolfo, com propostas para melhorar o diagnóstico e o atendimento de autistas em Pernambuco. “O Tribunal vai orientar o Poder Público nas políticas voltadas ao TEA, mas há duas premissas básicas que precisam constar nesse termo, que são o diagnóstico precoce e o tratamento precoce, para que os resultados no desenvolvimento dos pacientes possam acontecer”, disse o conselheiro Dirceu.

O assunto vem sendo discutido com a equipe de saúde do Governo Estadual, que ficou de avaliar o caso. O relator dos processos da Secretaria de Saúde em 2023 é o conselheiro Carlos Neves.