Senado aprova bolsa de qualificação para população em situação de rua

Os senadores aprovaram nesta quarta-feira (6) o projeto de lei que institui a Política Nacional de Trabalho Digno e Cidadania para População em Situação de Rua (PNTC PopRua). O texto vai para sanção presidencial.

O projeto estabelece que União, estados e municípios poderão aderir de forma voluntária à política. Em caso de adesão, terão promover o acesso das pessoas em situação de rua à escola, ao mercado de trabalho e renda.

Uma das medidas previstas é a criação de bolsas de qualificação para essa população, chamadas Bolsas QualisRua. O pagamento das bolsas é arcar com as despesas daqueles que participarem de cursos de qualificação profissional e aulas para elevar a escolaridade. A bolsa não impedirá o recebimento de benefícios de programas de transferência de renda e demais auxílios.

O ente federativo que aderir à política deverá instituir Centros de Apoio ao Trabalhador em Situação de Rua (CatRua), que vão ajudar na orientação profissional e na inserção do mercado de trabalho.

Escolas públicas infantis e dos ensinos fundamental, médio e integral terão de disponibilizar vagas para crianças e adolescentes em situação de rua.

Levantamento do Ipea aponta que a população em situação de rua no país cresceu 38% entre 2019 e 2022, somando 281.472 pessoas.

* Com informações da Agência Senado

Ex-deputado paulista é condenado por importunação sexual a colega

O ex-deputado estadual Fernando Cury foi condenado pela Justiça de São Paulo por ter importunado sexualmente a colega Isa Penna em 2020, durante uma votação na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp). A decisão é da juíza Danielle Galhano Pereira da Silva, da 18ª Vara Criminal Central de São Paulo.

Cury foi condenado a 1 ano, 2 meses e 12 dias de reclusão em regime aberto, que foi substituída por multa de 20 salários mínimos e prestação de serviços à comunidade pelo mesmo período.

O Código Penal define importunação sexual como o ato de “praticar contra alguém, e sem a sua anuência, ato libidinoso com o objetivo de satisfazer a própria lascívia ou a de terceiro”. A pena prevista é de reclusão de um a cinco anos.

“O depoimento da vítima foi corroborado pelo relato das testemunhas que estavam no local dos fatos e presenciaram a conduta do acusado, além das imagens feitas, as quais não deixam dúvidas de que ele importunou sexualmente a vítima, para atender sua lascívia, a abraçando por trás, encostando na vítima sem o seu consentimento, colocando a mão em seus seios, ainda que levemente e rápido. Não se extrai dos autos qualquer motivo para que a vítima se dispusesse a alterar a verdade, até mesmo porque há imagens que comprovam a narrativa apresentada por ela, inexistente qualquer razão para que buscasse deliberadamente prejudicar o acusado”, escreveu a juíza em sua sentença. Cabe recurso da decisão.

Agência Brasil tentou contato com as defesas de Isa Penna e de Fernando Cury, mas não obteve sucesso até este momento.

O caso

Imagens gravadas pela própria Alesp na época mostraram que Isa Penna conversava com o então presidente da Casa, deputado Cauê Macris, quando Fernando Cury se aproximou dela por trás, tocando o seu corpo. Na ocasião, a então deputada chegou a registrar boletim de ocorrência e a denunciar Cury no Conselho de Ética da Assembleia.

Por causa desse episódio Cury acabou sendo expulso do Cidadania, partido ao qual era filiado.

STF retoma julgamento sobre política ambiental do governo Bolsonaro

O Supremo Tribunal Federal (STF) retomou nesta quarta-feira (6) o julgamento de ações que questionam a política ambiental adotada durante o governo de Jair Bolsonaro (2019-2022). Estão em julgamento três ações protocoladas em 2020 pelos partidos PT, PSOL e Rede Sustentabilidade e entidades que atuam em defesa do meio ambiente.

Na sessão desta tarde, os ministros ouviram as sustentações orais das partes envolvidas. O julgamento será retomado amanhã (7).

As partes pedem que o Supremo reconheça o “estado de coisas inconstitucional” na área ambiental e determine que os governos federal, estadual e municipal tomem medidas de proteção ao meio ambiente no país, sobretudo contra queimadas criminosas e desmatamento ilegal nos biomas da Amazônia e do Pantanal.

As legendas e entidades também pedem que o Plano de Ação para Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia (PPCDAm) seja executado de forma efetiva pelas autoridades ambientais, além do reconhecimento da omissão do governo Bolsonaro em coibir o desmatamento na região e a imposição de medidas judiciais de combate aos crimes ambientais

Julgamento

As ações começaram a ser julgadas em abril de 2022, quando a relatora, ministra Cármen Lúcia, votou pelo reconhecimento do chamado estado de coisas inconstitucional em matéria ambiental, ou seja, que as medidas tomadas pelo governo Bolsonaro em relação à matéria são inconstitucionais e justificam a intervenção do Judiciário.

A ministra também determinou que o governo federal formule, em 60 dias, um plano de execução efetivo de combate a crimes ambientais e de diminuição do desmatamento ilegal em terras indígenas e unidades de conservação na Amazônia Legal.

Em seguida, o ministro André Mendonça pediu vista do processo, e o julgamento foi interrompido.

Sustentações

Na sessão desta tarde, o julgamento foi retomado com as sustentações orais das partes de envolvidas no processo.

O advogado da União, Leandro Peixoto Medeiros, disse que o atual governo tomou medidas de combate às queimadas e de proteção da Amazônia. Medeiros citou dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) para demonstrar que houve redução de 49% do desmatamento da Amazônia Legal nos dez primeiros meses deste ano.

Segundo Medeiros, houve aumento de 260% nas ações de multas e embargos realizados pelo  Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) no primeiro semestre de 2023. “Os números são expressivos, em especial, em um ano marcado pelo fenômeno El Niño, com seca intensa na Região Norte”, afirmou.

O representante do PT, advogado Miguel Novaes, defendeu a continuidade das ações sobre a legalidade da política ambiental bolsonarista mesmo após a mudança de governo. “Por conta da distância no tempo entre o ajuizamento da ação e o julgamento, houve a perda de objeto de alguns dos pedidos, como o pedido para que o ministro do Meio Ambiente apresentasse questões orçamentárias específicas dos gastos com queimadas. Fica a questão constitucional a ser debatida”, completou.

Senado aprova revisão anual de preços de serviços prestados ao SUS

O plenário do Senado aprovou nesta quarta-feira (6) o projeto de lei que prevê a revisão anual do pagamento dos serviços privados oferecidos ao Sistema Único de Saúde (SUS). Com a aprovação pelos senadores e deputados federais, que ocorreu em agosto, o texto segue agora para sanção do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

O projeto estabelece que os serviços prestados pelas entidades privadas, como hospitais filantrópicos, serão revistos uma vez ao ano, em dezembro, por ato do Ministério da Saúde, levando em conta a disponibilidade orçamentária e financeira.

O texto original previa o reajuste dos preços atrelado ao IPCA. Uma emenda do líder do governo, senador Jaques Wagner (PT-BA), alterou o cálculo de revisão, já que o uso do IPCA é vedado pela Lei de Responsabilidade Fiscal.

Conforme o texto aprovado, quando o atendimento pelo SUS for insuficiente, o sistema poderá recorrer aos serviços privados, modificando a Lei Orgânica da Saúde.

* Com informações da Agência Senado

Com direito a gol de Marta, Brasil encerra 2023 vencendo a Nicarágua

A seleção feminina goleou a Nicarágua por 4 a 0, na noite desta quarta-feira (6) na Fonte Luminosa, em Araraquara, em seu último compromisso do ano de 2023. E a equipe comandada pelo técnico Arthur Elias contou com o brilho de Marta para triunfar na partida amistosa. A camisa 10 do Brasil marcou um gol.

Diante de um adversário claramente inferior tecnicamente a seleção feminina não demorou a se impor. Logo aos 15 minutos do primeiro tempo Bia Zaneratto cruzou a bola, que desviou na trave antes de sobrar para Gabi Nunes, que não perdoou. A vantagem brasileira foi ampliada aos 39 minutos, com Marta, que aproveitou sobra de bola para finalizar.

O Brasil chegou ao terceiro aos 18 minutos da etapa final. Tamires lançou Luana, que dominou e acertou chute de longa distância para vencer a goleira adversária. Quatro minutos depois Aline Milene deu números finais ao placar.

Um em cada cinco brasileiros entre 15 e 29 anos não estuda nem trabalha, diz IBGE

Dados da Síntese de Indicadores Sociais divulgados nesta quarta-feira (06) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que, em 2022, 10,9 milhões de jovens brasileiros entre 15 e 29 anos não estudavam nem trabalhavam.

De acordo com a pesquisa, os jovens “nem-nem” representam um a cada cinco brasileiros desta faixa etária. O instituto considerou como “desocupados” os jovens que não estudam e estavam sem emprego, estando estes à procura ou não de um trabalho.

De acordo com Denise Guichard, analista da pesquisa, estes dados representam melhor a situação dos jovens brasileiros do que a taxa de desocupação, já que mostra aqueles que não estão ganhando experiência de trabalho ou qualificação profissional.

MULHERES SÃO MAIORIA ENTRE DESOCUPADOS

Do total de jovens que não estudam e nem trabalham, 4,7 mihões (43,4%) são mulheres pretas ou pardas, enquanto as brancas são 2,2 milhões (20,1%). Dos homens, 2,7 milhões (24,3%) são pretos ou pardos e 1,2 milhão (11,4%) são brancos.

De acordo com a pesquisa, o maior motivo deste afastamento é, para as mulheres, os cuidados com os parentes e os afazeres domésticos. Do lado masculino, o principal motivo é por problemas de saúde.

Ainda segundo o IBGE, tanto homens quanto mulheres afirmaram que o estudo por conta própria é um dos motivos para não querer trabalhar. Jovens que não tomaram nenhuma providência para conseguir um trabalho e nem gostariam de um são 4,7 milhões.

Já os que querem trabalhar são 2,4 milhões. Novamente, para as mulheres, o cuidado de parentes e afazeres domésticos são o principal motivo. Porém, ambos os sexos citaram o fato de não haver trabalho na localidade como uma das principais razões da desocupação.

Sudene promove seminário para debater desenvolvimento e direitos humanos no Nordeste

Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene) promoveu o Seminário Desenvolvimento Regional e Direitos Humanos – Nordeste, na manhã desta quarta-feira (6). O intuito foi debater a promoção dos direitos humanos como tema integrante do desenvolvimento regional, com foco na estratégia do Plano Regional do Desenvolvimento do Nordeste (PRDNE). O evento foi realizado na sede da instituição, no bairro de Boa Viagem, na Zona Sul do Recife.
“A partir disso, esse ato aqui, a gente faz uma composição de uma rede que é a forma como a gente tem trabalhado, com diversos temas transversais que dialogam com o  Nordeste, trazendo para o debate atores que são importantes e que a gente vai, a partir disso, mobilizar, articular, integrar, para que a gente possa monitorar e formular políticas que reduzam as desigualdades regionais e que olhem para a questão dos direitos humanos”, explicou superintendente da Sudene, Danilo Cabral.
Na parte da manhã foram formadas duas mesas de debate. A primeira voltada para o tema “Desenvolvimento Regional e a Promoção dos Direitos Humanos, perspectivas para o Nordeste”, com a presença do professor Manoel Moraes, do Centro Dom Helder Câmara de Estudos e Ação Social (Cendhec).
Já a segunda mesa trouxe como assunto o PRDNE e a proteção social e direitos humanos. O conteúdo foi apresentado por Gabriela Isabel Nascimento, da área de Estatística da Coordenação-Geral de Cooperação e Articulação de Políticas (CGCP) da Sudene e Danilo Campelo, coordenador-geral da CGCP.
O encontro também serviu para estabelecer a Rede de Governança para o Programa Promoção da Proteção Social e Direitos Humanos do Nordeste. Para promover políticas públicas e pesquisas sobre o tema, serão investidos, a princípio, um valor de R$ 1 milhão.
O seminário exibiu a Rede de Governança de Políticas pela Promoção dos Direitos Humanos e Fortalecimento da Proteção Social, além de painéis sobre os temas “Desmistificar a inovação em territórios vulneráveis: um olhar para a diversidade e para a promoção dos direitos humanos” e “Juventudes no Nordeste, promoção de direitos e cidadania”.
Durante o evento, Danilo Cabral ainda destacou que o Nordeste possui um índice de desigualdade acentuado se comparado a outros estados brasileiros. “A gente tem no país hoje um conjunto de avanços, mas ainda temos muitos direitos que são avultados da população. E o Nordeste brasileiro tem, e isso é constatado a partir de indicadores, ainda desigualdades em relação a média do país. Então, a Sudene tem um papel institucional de buscar a redução das desigualdades regionais”, afirmou.
Estiveram presentes no seminário o superintendente da Sudene Danilo Cabral; o professor Severino Lepê Correia, representante da sociedade civil e da Luta Antirracista; a presidente do Cendhec, Celia Maria de Albuquerque Trindade; a diretora de Assistência Estudantil do Instituto Federal de Pernambuco (IFPE), Nathália da Matta; o pró-reitor Comunitário e de Extensão da Universidade Católica de Pernambuco (Unicap), Pe. Delmar Araújo Cardoso; a diretora de Planejamento e Administração (Diplad) da Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj), professora Maria Aida Monteiro da Silva; a assessora da Secretaria Executiva no Ministério das Mulheres, Viviane Cesário; e a coordenadora de ações governamentais do Ministério da Igualdade Social, Isadora de Oliveira Silva, o coordenador de Formação de Políticas Públicas da Juventude da Secretaria Nacional de Juventude, Neilson Marques, e a analista de programa de Gênero e Raça do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) no Brasil, Ismália Afonso.